sábado, 27 de novembro de 2010

Alunas são notícia no site da Sudesb

Fabiana dos Santos (ex-aluna) e Quessia Barbosa (aluna do projeto Arte nas Quadras), atletas da seleção baiana de futsal categoria sub-20 feminino foram tema de uma noticia postada no site da Sudesb (Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia) no dia 25/11/2010.Abaixo uma cópia da noticia veiculada no site (quem quiser ter acesso ao original acesse http://www.sudesb.ba.gov.br/modules/news/article.php?storyid=855
Sudesb recebe visita de vice-campeãs de futsal
A Sudesb recebeu, nesta quinta-feira (25.11), a visita de duas integrantes da seleção baiana sub-20 de futsal feminino, que conseguiu subir de divisão após ficar em segundo lugar na Segunda Divisão do Brasileiro da categoria, que foi disputado no final de outubro em Mato Grosso do Sul. O certame foi disputado pelas equipes que jamais haviam participado da competição. Com o resultado, a equipe baiana se credenciou para disputar a primeira divisão e irá buscar o acesso para a divisão especial, da qual fazem partes as melhores seleções da categoria no País. Fabiana dos Santos e Quéssia Batista foram acompanhadas de dirigentes da federação baiana e da comissão técnica para agradecer o apoio dado pela Superintendência para a viagem da equipe. A equipe baiana, que foi derrotada na decisão pela equipe da casa, foi formada por: Bruna da Silva, Quéssia Batista, Fabiana dos Santos, Alanna Larissa de Carvalho, Renata Souza Barreto, Rafaela de Araújo, Loren Bitencourt e Thaís Correia Lobo.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Campeonato Brasileiro de Seleções sub-20 feminino (2ª divisão)

Ontem a seleção baiana de futsal, categoria sub-20 feminino, estreou com vitória no 4º Campeonato Brasileiro de Seleções, sub-20 feminino - 2º divisão, superando a seleção acreana por 3x2.

A equipe baiana não esteve bem na primeira metade do jogo. Apesar da maior posse da bola apresentado e do grande número de investidas das atletas baianas contra o gol do Acre, não houve movimentação no placar por parte da equipe baiana. A Capitã Taiana (ex-arte nas quadras) tentava em vão criar oportunidades e levar a equipe ao ataque. Quando a seleção baiana parecia que iria se encontrar em quadra, com duas chances claras de gol salvas pela goleira Fiama do Acre, o adversário chegou ao gol em um contra-ataque rápido pela direita aos 14 minutos, com Isa finalizando bem, mesmo marcada pela jogadora Lorena da seleção baiana.

A Bahia ainda teve mais duas chances de empatar ainda no primeiro tempo, mas desperdiçou e foi para o intervalo em desvantagem.

O segundo tempo começou com a seleção baiana buscando o resultado e pressionando as adversárias que não conseguiam sair da sua meia quadra de defesa. Taiana, Kaylane e Debora tentaram sem sucesso empatar o jogo para a seleção baiana. Como o gol não saia as baianas começaram a ficar nervosas e num contra-ataque mais uma vez a seleção acreana ampliou com Fabiula aos 30 minutos. Depois que uma bola foi perdida no ataque. e a maioria das atletas baianas não retornou para a cobertura defensiva, deixando Quessia sozinha contra duas adversárias.

Quando o desespero já era evidente entre as atletas e a comissão técnica da seleção baiana, Debora diminui 31 minutos, após uma cobrança de lateral mal feita pela seleção do Acre, Lorena antecipou a jogada carregou a bola e fez a assistência que resultou no gol da seleção baiana.

As baianas continuaram insistindo e foram premiadas aos 35 minutos com mais um gol de Debora, após um passe preciso de Lorena pelo meio da defesa acreana. O segundo gol das baianas acordaram as jogadoras do Acre que passaram a sair buscando a vitória que antes parecia certa. Terceiro gol da seleção baiana saiu após novo passe de Lorena desta vez para Kaylane que finalizou de fora da área com a bola entrando depois de bater no travessão, aos 38 minutos.

Depois do gol as atletas baianas começaram a valorizar a posse de bola e quase apliaram em duas oportunidade, sendo que em uma dela a bola explodiu na trave com violência após o chute de Lorena.

As atletas baianas continuaram valorizando a posse de bola até o apito final das arbitras. O grupo comemorou ainda em quadra a reação e os três pontos conquistados.

Com a vitória a seleção baiana segue na segunda colocação, atrás das donas da casa (seleção do Mato Grosso do Sul) e com boas chances de subir para a primeira divisão. Hoje (28/10/2010) a seleção baiana volta a quadra, desta vez contra a seleção de Roraima.

A seleção baiana sub-20 conta com o apoio da Prefeitura de Santo Amaro (BA), que financiou a preparação da equipe em Salvador e da Sudesb (Superintendência de desportos do estado da Bahia).

Para mais detalhes segue o link para a matéria veiculada no site oficial do evento.

http://www.futsaldobrasil.com.br/2009/competicoes/vernoticia.php?id=7862

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Alunas do Arte nas Quadras convocadas para a seleção baiana sub 20 feminino

Duas das alunas da primeira turma do Arte nas Quadras (a do periodo 2005-06), conseguem chegar a seleção baiana. Quessia Barbosa e Taiana Almeida ambas atualmente com 19 anos (tendo iniciado com 14 anos nas atividades do Arte nas Quadras) foram convocadas para compor o grupo de atletas que representarão o estado da Bahia, no Campeonato Brasileiro de Seleções - categoria sub 20 feminino. Na foto ao lado Taiana está a direita do prof. esp. Ailson Santana (preparador físico da seleção) e Quessia é a segunda da esquerda para direita na degrau de baixo da arquibancada. Também aparece na foto Fabiana Bastos que pertenceu a mesma turma que as outras duas, mas abandonou as atividades por motivos pessoais. Ambas residem em comunidades tidas como violentas da cidade do Salvador, algo que para muitos seria um impecilho a realização dos próprios sonhos. O sucesso de ambas é resultado da dedicação e do esforço pessoal, sem os quais de nada adiantariam as estratégias metódologicas e participações em competições propriciadas pelo Arte nas Quadras. Abaixo temos um pequeno vídeo de Taiana e Quessia treinando com o grupo da seleção baiana:
Para Taiana esta é mais uma das conquistas alcançadas por ela, desde que começou a participar do Arte nas Quadras. As outras foram:
  • Convite para compor a principal equipe de futebol de campo do estado da Bahia (O São Francisco do Conde Social Clube);
  • Seleção brasileira de futebol de campo sub 17 (testes e Campeonanto Mundial da Fifa para Seleções - sub 17 feminino(realizado na Nova Zelândia);
  • Seleção brasileira de futebol de campo sub 20 (testes);
  • Aluna-atleta da FTC Salvador (modalidade futsal feminino).

Já Quessia tem uma trajetória bem diferente de Taiana, pois desde o inicio dos trabalhos com o grupo de competição vários técnicos de equipes de futsal feminino e masculino (que geralmente visitam as atividades do Arte nas Quadras), público assistente dos jogos e parentes de outros alunos do projeto questionavam a presença dela no grupo de competição.

Como na proposta do Arte nas Quadras não é trabalhar a curto prazo (e sim a médio e longo prazo) com as crianças e adolescentes que nos procuram, ela teve uma chance que muitos não tem e outros tantos querem e não tem o acesso.

Ela demorou a desabrochar mas na temporada 2009, ela figurou entre os destaques do grupo de competição do AnQ e esteve na lista das melhores atletas das competições nas quais o Arte nas Quadras participou no ano.

No ano de 2010 mesmo sem o grupo de competição do Arte nas Quadras participar de competição alguma ela permaneceu treinando com os meninos, objetivando uma possível convocação para seleção baiana e acabou recompensada.

Vale destacar que alguns do seus criticos iniciais hoje se rendem a seu talento e determinação, um exemplo claro é o técnico da seleção baiana sub 20, o Sr. Carlos Vicente dos Santos Dorea (de boné azul na foto).

Esperamos no final do mês de outubro após o Campeonato Brasileiro de Seleções -categoria sub 20 feminino, ter mais boas noticias sobre as nossas duas guerreiras.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O inicio do aprendizado....

Após um longo período de observações (quase duas semanas) começamos na ultima terça-feira o processo de iniciação a mecânica das movimentações em quadra, uma vez que ficou evidente o bom nível de habilidade da maioria dos novos alunos.
O trabalho iniciou-se com um alongamento e aquecimento funcional, seguido de uma corrida de 10 minutos em ritmo moderado. Os alunos hidrataram-se e participaram de um educativo de coordenação de movimentos e aprimoramento da velocidade.
Como um dos pontos difíceis detectados durante o período de observação foi a deficiência do passe, no que tange a execução da ação técnica, a capacidade de análise e escolha do momento no qual a ação deve ser executada. Optamos durante o planejamento por realizar um educativo da ação técnica passe com antecipação como pode ser visto na foto do inicio da postagem e no vídeo abaixo:
Dando sequencia ao planejamento da aula, realizamos um exercicio de movimentação e passe, inspirado em um treino do Manchester United da Inglaterra, no qual surgem naturalmente as triangulações e suportes necessários as movimentações em quadra no futsal.
As falhas no direcionamento do passe e a "natural" pressa com a qual as crianças e adolescentes iniciados no futebol de rua executam as ações técnicas, surgiram na maioria das trocas de passes decorrentes das movimentações necessárias ao exercício.

Nas ultimas duas partes da sessão de treino, continuamos a trabalhar em um primeiro momento com a movimentação proposta pelo educativo adaptado, com ampliação da área de jogo incluindo a necessidade de conduzir a bola antes de passar para o companheiro (a). Em um segundo momento continuamos a atividade anterior, com a inclusão da oposição de adversários nas movimentações a serem realizadas pelos alunos.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Tentando ensinar... aprendendo novos conceitos...

Nas ultimas postagens (se bem que estou devendo algumas referentes ao mês de agosto com as primeiras impressões com os novos alunos), discutimos algumas das questões primárias a cerca do ensino do jogo de futsal fora do ambiente escolar - o jogo coletivo e a movimentação sem a bola.
Na aula de 31/08/2010, na parte final realizamos um pequeno jogo situacional de possessão da bola com vantagem/desvantagem numérica frente a marcação adversária. Os objetivos iniciais propostos para as equipes foram os seguintes:
  • Manter a posse da bola (prioritariamente para o grupo em vantagem numérica) e movimentar-se pelo espaço de jogo (no caso em questão metade da quadra);
  • Recuperar e manter a posse da bola (prioritariamente para o grupo em desvantagem numérica) por meio de ações de redução de espaços, fechamento de linhas de passe e bloqueios;
  • Em ambos os casos tentar utilizar o máximo do espaço disponível para realização dos movimentos coletivos em quadra.

Também foi recomendada a utilização do padrão de triangulação visto nas aulas anteriores (ver fotos) quando a equipe estivesse com a posse da bola. Porém o que foi visto após o inicio da atividade foram dois erros básicos gritantes, por parte das equipes e dos alunos.

O primeiro tem seu ponto de partida no desenrolar inicial da atividade com algumas tímidas tentativas de passe em equipe esbarrando na coesão defensiva resultante da utilização do espaço pelos alunos. Os membros das equipes em superioridade numérica reduziram a ocupação do espaço destinado a atividade em 25%, com alguns momentos indo até 33% da área disponível, ou seja praticamente 75% da área de jogo ficou sem utilização.
O segundo tem seu inicio no desenrolar da atividade. O primeiro grupo em desvantagem numérica conseguiu realizar o objetivo proposto para ele - recuperar e manter a posse de bola (conforme foi citado anteriormente nesta postagem), ainda que esta posse não durasse muito tempo. Do segundo grupo em diante não houve esta preocupação com a realização dos objetivos propostos, o que se viu foi uma preocupação exagerada em destruir as ações do grupo adversário e por a bola para fora, objetivando a saida deste ultimo.
E nisso se foram longos e penosos minutos da atividade, sem que se recuperasse a atenção as instruções iniciais e se buscasse o cumprimento dos objetivos iniciais traçados para a cada grupo.
Ao final o retomamos a conversa de avaliação da atividade proposta e os discursos dos alunos mostrou que eles já não lembravam quais tinham sido as regras e os objetivos propostos no inicio. A preocupação deslocara-se durante a atividade para uma competição sem lógica e sem nexo para a sua ocorrência, impedindo o aprendizado que aconteceria decorrente das tentativas deles superarem as dificuldades surgidas na prática.
Nas proximas aulas tentaremos algumas estratégias para que os alunos comecem a apresentar a lógica de raciocinio necessária para o desenvolvimento da autonomia tática a partir de um modelo de movimentação prévio. Cientes que algumas dos nosss tradicionais artificios metodologicos não tem desencadeado os comportamentos esperados por parte dos alunos.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O primeiro dia... um novo caminho...

No dia 03 de agosto, o projeto Arte nas Quadras voltou as suas atividades com as turmas de iniciação após um longo periodo. Agora as atividades acontecem no ginásio do C. E. Edgard Santos, localizado no bairro do Garcia (região central de Salvador - Bahia).
Vinte e cinco alunos de escolas públicas localizadas no Centro de Salvador e algumas alunas remanescentes do grupo anterior, participaram das atividades de avaliação e sondagem para posterior desenvolvimento do planejamento semestral com base nos diferentes níveis técnicos dos alunos.
O alongamento e o aquecimento funcional foram ministrados pela ex-atleta do Arte nas Quadras Dandara Calmon. Depois das atividades iniciais os alunos correram durante 07 minutos e caminharam durante mais três minutos.
Os alunos foram observados durante as atividades de avaliação, que foi um jogo de possessão de bola em 3v2 visando analisar as habilidades e os conhecimentos sobre o jogo defensivo. A segunda atividade foi um jogo 3v3 no qual os alunos tentaram por em prática alguns fundamentos defensivos e transicionais, utilizando o seu talento individual.
O diretor técnico do Arte nas Quadras, o Prof. Esp. Ailson Santana, após uma cuidadosa observação das atividades comentou:
"A maioria deles tem sérios vícios técnicos e táticos, todos passíveis de correção, mas de modo geral eles são talentosos e jovens. Uma combinação perfeita se tivermos o tempo necessário para levarmos o grupo a atingir o auge do seu potencial, acredito que teremos boas surpresas a partir do ano que vem."
Alguns dos novos alunos deixaram os seus depoimentos sobre o que acharam da aula e quais as expectativas deles sobre o Arte nas Quadras.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Não se pode vendar os olhos...

Ainda na linha da postagem anterior sobre o recomeço, as dificuldades pela perda de atletas "referenciais" e potenciais futuros. A melhor jogadora da equipe saiu para estudar e jogar por uma faculdade como bolsista. A provável sucessora dela terá de reduzir as participações em treinamentos e competições, por conta da precocidade nos estudos (16 anos no 3º ano do 2º grau) em ano de vestibular. Um talento que começava a desabrochar após dois longos anos de treinamentos e estratégias, largou tudo devido a necessidade de trabalho. Completando este quadro tem a saída de Gessi Anne do corpo de jogadores, que decidiu parar de jogar, quando estava na sua melhor fase desde que a conheci e ela passou a treinar comigo. Soma-se a isto que 2009 foi o melhor ano do Arte nas Quadras em competições desde que foi criado, mesmo com a anulação do jogo semi final que permitiria disputar a sua segunda final do ano. A pressão pela continuidade do suceso será grande, mas darei a nova técnica todo tempo que não tive quando iniciei como técnico em 2005. O panorama realmente não é dos melhores, mas desde dezembro passado, ela (Gessi Anne) tem carta branca para localizar e contatar reforços, dentro da linha de trabalho do Arte nas Quadras. Assumo que dei a ela duas indicações que não produziram o efeito esperado por motivo s diversos. Porém tenho de confessar que ela procurou nos lugares errados, esquecendo os passos que dei todas as vezes que a equipe se renovou até hoje. Adoraria ser um daqueles mentores que cercam os seus discupulos de cuidados e dão a eles a solução para maioria dos problemas por eles enfrentados. Se não achasse que isto forma lideres fracos, pois não permite que sejam cometidos erros ou minimizam as consequencias destes. No momento certo apontarei as falhas que ela cometeu e o que acarretaram. Até ela terá o tempo como professor, para quem sabe descobrir por conta própria suas falhas e corrigir-las.

Por que o medo do recomeço?

Começo esta postagem pedindo mais uma vez desculpas pelo longo intervalo entre as postagens. Se bem que desta vez foi por um motivo muito importante, o nascimento da minha filha e a falta de noites de sono decorrentes da adaptação dela a nova vida.
Mas o que me traz aqui são as reflexões em cima de uma frase de minha assistente técnica (agora técnica até o meu retorno em 2011) Gessi Anne, no dia da reapresentação geral da equipe (1º/03/2010), ao ver o que restara da equipe do ano anterior - "você escolheu o pior momento para se afastar". A fala dela mostra o medo que a maioria dos técnicos ou responsáveis por equipes tem no inicio de uma temporada, quando tem de recomeçar do zero ou quase dele. O inicio de uma temporada com um grupo totalmente novo ou como preferem alguns cronistas esportivos - um time "desfigurado" em relação a temporada anterior. Este momento deveria ser visto como uma oportunidade para aplicar ou testar novos exercicios ou metodologias. Uma vez que novos atletas são fonte para o surgimento de inumeras situações de ensino aprendizagem, novos confrontos e oportunidades de crescimento. Se os atletas são inexperientes ou de um nível técnico aparentemente mais baixo que os do grupo da temporada anterior, melhor ainda, pois o desafio será maior e a recompensa maior ainda. Porque os educativos e estratégias utilizadas no processo didatico com um grupo, muitas vezes não tem o mesmo efeito em outro, obrigando o técnico ou professor a buscar alternativas... estudar... e a se reinventar. Talvez aí resida o grande motivo do medo, não é fácil sair da "ilha" de conforto e comodidade que construimos, mas é preciso. Como Gessi Anne vai descobrir e muitos por esse país também deveriam.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Leituras interessantes

Aproveitei as minhas férias para por a leitura em dia, uma vez que fiquei impedido de viajar por causa do estado avançado da gestação de minha esposa. Estive na ultima semana terminando de ler o livro Cestas Sagradas - Lições espirituais de um guerreiro das quadras de autoria de Phil Jackson e Hugh Delehanty. Adquiri o mesmo após muito trabalho (uma vez que se encontra esgotado na editora Rocco), estimulado por um artigo disponível no site Cidade do futebol, fiquei mais uma vez intrigado com a filosofia de trabalho de Phil Jackson. Ainda na faculdade tive a oportunidade de ouvir alguns de meus professores sobre a triangulação em quadra realizada pelo na época "mítico" Chicago Bulls, mas não aprofundei meus estudos. Quando comecei a trabalhar com futsal feminino em 2002, ainda como preparador físico, realizei algumas tentativas experimentais de montar um "sistema de triangulações" no qual as atletas movimentassem de modo organizado e constante. Naquela época o técnico da equipe não permitiu a continuidade dos treinos experimentais, por não ver resultados imediatos. Pessoalmente hoje percebo que teria sérias dificuldades de implantar essa filosofia de movimentação e jogo com atletas "velhas" (uso este termo não para classificar em função da idade, mas sim dos vícios técnicos e táticos decorrentes de anos de prática não orientada). Os anos passaram e abandonei aquela equipe para começar do zero, com novas atletas (se possível que não tivessem passado por nenhuma equipe ainda) preferencialmente bem jovens. Agora a minha filosofia de trabalho era criar atletas versáteis capazes de atuar (e bem) em qualquer uma das posições em quadra, a exceção do gol. Agora cinco anos e inúmeras experiências depois tenho o prazer de ler o livro de Phil Jackson, para descobrir que não fui o único que buscou um sistema onde os jogadores tivessem liberdade para decidir quais as ações táticas e técnicas a serem adotadas dentro de uma filosofia de jogo. Até acho que meu caminho teria sido mais fácil se tivesse lido ele antes. Recomendo a leitura para aqueles que estão começando a carreira como técnico em qualquer categoria e até mesmo para os treinadores experientes e como muitos anos de estrada. Ainda voltaremos a tópicos deste livro maravilhoso no futuro.

Pré temporada 2010: O inicio

Conforme disse na primeira postagem do ano, estarei me ausentando dos treinamentos e atividades de quadra do Arte nas Quadras. Mas como o principal motivo da minha ausência só chegará (segundo os médicos) após o carnaval, aproveitei para iniciar os treinamentos dos goleiros do grupo de competição feminino do Arte nas Quadras. Inicialmente só com Renata e Adriana (que não não compareceu a avaliação física e as quatro primeiras sessões de treinamento, devido a ter sofrido um atropelamento), a alternativa para reforço na posição não deu certo.
As atividades de avaliação tiveram inicio 29/01 com a corrida para avaliação do VO² máx, realizada na pista de Cooper do Dique do Tororó. No dia 1º/02 os testes de avaliação física tiveram continuidade, na quadra externa do Centro Educacional Edgard Santos com os testes para avaliação da:
  • Velocidade de deslocamento lateral;
  • Impulsão horizontal;
  • Agilidade (Teste "T");
  • Resistência anaeróbica lática.
Os testes para impulsão vertical, aceleração e os testes de avaliação técnica não foram realizados neste dia ficando para uma data posterior. Ainda foram realizados treinamento da coordenação motora, das pegadas (baixa, média e alta) e defesas (baixa, média e alta). Incluindo no final um educativo para defesas utilizando os pés.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A inteligência espacial e desenvolvimento da "capacidade de jogo" do jogador de futsal (1ª parte)

A inteligência espacial pode ser definida como a capacidade de "relacionar o próprio espaço que nos envolve, percebendo e administrando distâncias, pontos de referência (...), bem como revelando a capacidade de perceber diferentes objetos, eventualmente transformando-os e combinando-os em novas posições" (ANTUNES, 2006).
O mesmo autor ainda destaca que as pessoas que possuem um bom nível de inteligência espacial, "efetuam transformações e modificações sobre as suas percepções e mostra-se capaz de recriar aspectos da experiência visual ou "pensar visualmente, mesmo na ausência de objetos" (ANTUNES, 2006). As definições acima extraídas do livro "Inteligências múltiplas e seus jogos: Inteligência espacial", enfocam ainda que não estejam direcionadas para o futsal, necessidades básicas inerentes para prática do futsal não importando o nível técnico ou de habilidade técnica dos praticantes. Não importa a ação técnica a ser realizada ou a posição em quadra, se jogador de linha ou goleiro, a inteligência espacial é um requisito imprescindivel para a evolução/sucesso do jogador de futsal. Para exemplificar a importância da inteligência espacial, tomemos um situação corriqueira no jogo de futsal: o contra-ataque depois de defesa do goleiro.
  1. A realização da defesa por parte do goleiro envolve a identificação das possibilidades de finalização/assistência, referenciadas no posicionamento dos adversários, companheiros e da bola;
  2. Perceber a distância e a trajetória da finalização no gol, analisando a velocidade da bola e as possibilidades de defesa (se espalmar, encaixar ou deixar bater no corpo etc.);
  3. Após a realização da defesa, o goleiro tem que localizar rapidamente os companheiros e adversários na quadra de jogo, analisar as possibilidades de movimentação deles e os "corredores de passe" (locais por onde a bola pode passar com mais facilidade para o receptor), escolhendo o com mais chances de sucesso do passe;
  4. O jogador que recebeu o passe do goleiro tem de realizar os mesmos procedimentos de identificação das localizações dos adversários e companheiros (pontos de referência na quadra de jogo) e análise das possibilidades de movimentação deles. O diferencial é que ele terá que realizar a tríplice ameaça (que será tema de uma postagem futura) de forma isolada (passar, driblar ou finalizar) ou combinada (drible+passe, drible+ assistência ou drible+finalização).
Em todos os passos que tentei descrever acima, podemos perceber que o aspecto decisional de cada ação realizada na situação descrita anteriormente, tem ligação direta com a capacidade do individuo pensar de maneira tridimensional, possibilitando a ele possuir imagens internas e externas dos objetos/pessoas através da quadra de jogo e a decodificar com facilidade informações visuais adquiridas/percebidas. ANTUNES (2006) citando GARDNER (1995) descreve as três formas por meio das quais se manifesta a capacidade espacial do individuo, mas para a prática do futsal são mais significativas duas:
  • a capacidade de imaginar movimentos ou deslocamentos internos entre as partes de uma configuração;
  • a capacidade de pensar sobre as relações espaciais nas quais a orientação corporal do observador é parte essencial do problema.
Normalmente o foco do ensino do futsal é o aperfeiçoamento técnico e tático do talento tido como "natural" de cada aluno, mas usualmente esquece-se da necessidade da observação e aprimoramento do nível de inteligência espacial do aluno. Pois sem um bom nível desta a primazia técnica e o elevado nível de habilidade individual tão almejado por alunos, pais, professores e técnicos se mostrará inútil, uma vez que os erros na interpretação dos dados visuais adquiridos por meio dos olhos o levarão muitas vezes a escolhas equivocadas na hora de decidir o que fazer. O que leva ao surgimento de um jogador com sérias dificuldades de participar do jogo coletivo da equipe, preferindo na maioria das vezes as ações individuais (drible ou chute), que geralmente não é o mais indicado para a situação na qual o jogador se encontra. Meramente pela dificuldade de perceber opções melhores dadas pelo jogo em si e pelos companheiros. Isto quando o jogador tiver um excepcional talento individual, caso não tenha este nível terá dificuldades ainda maiores para desenvolvimento das suas habilidades dentro do jogo. Referências bibliográficas
  1. ANTUNES, CELSO. Inteligências múltiplas e seus jogos: Inteligência espacial. Vol. 4. Editora Vozes, Petropólis, RJ, 2006.
  2. GARDNER, HOWARD. Estruturas da mente - as inteligências múltiplas. Artmed, Porto Alegre, RS, 1995.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Um novo ano...

Inicio o ano de 2010 pedindo desculpas a vocês que acompanham o blog, pela irregularidade das minhas postagens. Mas alguns problemas de saúde com familiares e no trabalho (mudança do local de trabalho) fizeram com que muitos artigos que pensei para as postagens fossem iniciados e não concluídos.
Pretendo nas próximas semanas até maio finalizar e publicar este material inédito que ficou incompleto, produzido no ano passado. Além de algumas experiências didáticas que farão parte de um livro que estou escrevendo e pretendo procurar uma editora para publicar em 2011. A novidade é que passarei a me dedicar mais a duas funções novas para mim até este ano – a de gerente e de pai. Sendo que esta última fará com que me afaste um pouco das quadras e passe a formar profissionais comprometidos com a filosofia e o pensamento didático-pedagógico que norteiam o Arte nas Quadras. Um bom ano para todos de muitas realizações e porque não de muitos títulos.