quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Tentando ensinar... aprendendo novos conceitos...

Nas ultimas postagens (se bem que estou devendo algumas referentes ao mês de agosto com as primeiras impressões com os novos alunos), discutimos algumas das questões primárias a cerca do ensino do jogo de futsal fora do ambiente escolar - o jogo coletivo e a movimentação sem a bola.
Na aula de 31/08/2010, na parte final realizamos um pequeno jogo situacional de possessão da bola com vantagem/desvantagem numérica frente a marcação adversária. Os objetivos iniciais propostos para as equipes foram os seguintes:
  • Manter a posse da bola (prioritariamente para o grupo em vantagem numérica) e movimentar-se pelo espaço de jogo (no caso em questão metade da quadra);
  • Recuperar e manter a posse da bola (prioritariamente para o grupo em desvantagem numérica) por meio de ações de redução de espaços, fechamento de linhas de passe e bloqueios;
  • Em ambos os casos tentar utilizar o máximo do espaço disponível para realização dos movimentos coletivos em quadra.

Também foi recomendada a utilização do padrão de triangulação visto nas aulas anteriores (ver fotos) quando a equipe estivesse com a posse da bola. Porém o que foi visto após o inicio da atividade foram dois erros básicos gritantes, por parte das equipes e dos alunos.

O primeiro tem seu ponto de partida no desenrolar inicial da atividade com algumas tímidas tentativas de passe em equipe esbarrando na coesão defensiva resultante da utilização do espaço pelos alunos. Os membros das equipes em superioridade numérica reduziram a ocupação do espaço destinado a atividade em 25%, com alguns momentos indo até 33% da área disponível, ou seja praticamente 75% da área de jogo ficou sem utilização.
O segundo tem seu inicio no desenrolar da atividade. O primeiro grupo em desvantagem numérica conseguiu realizar o objetivo proposto para ele - recuperar e manter a posse de bola (conforme foi citado anteriormente nesta postagem), ainda que esta posse não durasse muito tempo. Do segundo grupo em diante não houve esta preocupação com a realização dos objetivos propostos, o que se viu foi uma preocupação exagerada em destruir as ações do grupo adversário e por a bola para fora, objetivando a saida deste ultimo.
E nisso se foram longos e penosos minutos da atividade, sem que se recuperasse a atenção as instruções iniciais e se buscasse o cumprimento dos objetivos iniciais traçados para a cada grupo.
Ao final o retomamos a conversa de avaliação da atividade proposta e os discursos dos alunos mostrou que eles já não lembravam quais tinham sido as regras e os objetivos propostos no inicio. A preocupação deslocara-se durante a atividade para uma competição sem lógica e sem nexo para a sua ocorrência, impedindo o aprendizado que aconteceria decorrente das tentativas deles superarem as dificuldades surgidas na prática.
Nas proximas aulas tentaremos algumas estratégias para que os alunos comecem a apresentar a lógica de raciocinio necessária para o desenvolvimento da autonomia tática a partir de um modelo de movimentação prévio. Cientes que algumas dos nosss tradicionais artificios metodologicos não tem desencadeado os comportamentos esperados por parte dos alunos.

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