segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Alunas do Arte nas Quadras convocadas para a seleção baiana sub 20 feminino

Duas das alunas da primeira turma do Arte nas Quadras (a do periodo 2005-06), conseguem chegar a seleção baiana. Quessia Barbosa e Taiana Almeida ambas atualmente com 19 anos (tendo iniciado com 14 anos nas atividades do Arte nas Quadras) foram convocadas para compor o grupo de atletas que representarão o estado da Bahia, no Campeonato Brasileiro de Seleções - categoria sub 20 feminino. Na foto ao lado Taiana está a direita do prof. esp. Ailson Santana (preparador físico da seleção) e Quessia é a segunda da esquerda para direita na degrau de baixo da arquibancada. Também aparece na foto Fabiana Bastos que pertenceu a mesma turma que as outras duas, mas abandonou as atividades por motivos pessoais. Ambas residem em comunidades tidas como violentas da cidade do Salvador, algo que para muitos seria um impecilho a realização dos próprios sonhos. O sucesso de ambas é resultado da dedicação e do esforço pessoal, sem os quais de nada adiantariam as estratégias metódologicas e participações em competições propriciadas pelo Arte nas Quadras. Abaixo temos um pequeno vídeo de Taiana e Quessia treinando com o grupo da seleção baiana:
Para Taiana esta é mais uma das conquistas alcançadas por ela, desde que começou a participar do Arte nas Quadras. As outras foram:
  • Convite para compor a principal equipe de futebol de campo do estado da Bahia (O São Francisco do Conde Social Clube);
  • Seleção brasileira de futebol de campo sub 17 (testes e Campeonanto Mundial da Fifa para Seleções - sub 17 feminino(realizado na Nova Zelândia);
  • Seleção brasileira de futebol de campo sub 20 (testes);
  • Aluna-atleta da FTC Salvador (modalidade futsal feminino).

Já Quessia tem uma trajetória bem diferente de Taiana, pois desde o inicio dos trabalhos com o grupo de competição vários técnicos de equipes de futsal feminino e masculino (que geralmente visitam as atividades do Arte nas Quadras), público assistente dos jogos e parentes de outros alunos do projeto questionavam a presença dela no grupo de competição.

Como na proposta do Arte nas Quadras não é trabalhar a curto prazo (e sim a médio e longo prazo) com as crianças e adolescentes que nos procuram, ela teve uma chance que muitos não tem e outros tantos querem e não tem o acesso.

Ela demorou a desabrochar mas na temporada 2009, ela figurou entre os destaques do grupo de competição do AnQ e esteve na lista das melhores atletas das competições nas quais o Arte nas Quadras participou no ano.

No ano de 2010 mesmo sem o grupo de competição do Arte nas Quadras participar de competição alguma ela permaneceu treinando com os meninos, objetivando uma possível convocação para seleção baiana e acabou recompensada.

Vale destacar que alguns do seus criticos iniciais hoje se rendem a seu talento e determinação, um exemplo claro é o técnico da seleção baiana sub 20, o Sr. Carlos Vicente dos Santos Dorea (de boné azul na foto).

Esperamos no final do mês de outubro após o Campeonato Brasileiro de Seleções -categoria sub 20 feminino, ter mais boas noticias sobre as nossas duas guerreiras.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O inicio do aprendizado....

Após um longo período de observações (quase duas semanas) começamos na ultima terça-feira o processo de iniciação a mecânica das movimentações em quadra, uma vez que ficou evidente o bom nível de habilidade da maioria dos novos alunos.
O trabalho iniciou-se com um alongamento e aquecimento funcional, seguido de uma corrida de 10 minutos em ritmo moderado. Os alunos hidrataram-se e participaram de um educativo de coordenação de movimentos e aprimoramento da velocidade.
Como um dos pontos difíceis detectados durante o período de observação foi a deficiência do passe, no que tange a execução da ação técnica, a capacidade de análise e escolha do momento no qual a ação deve ser executada. Optamos durante o planejamento por realizar um educativo da ação técnica passe com antecipação como pode ser visto na foto do inicio da postagem e no vídeo abaixo:
Dando sequencia ao planejamento da aula, realizamos um exercicio de movimentação e passe, inspirado em um treino do Manchester United da Inglaterra, no qual surgem naturalmente as triangulações e suportes necessários as movimentações em quadra no futsal.
As falhas no direcionamento do passe e a "natural" pressa com a qual as crianças e adolescentes iniciados no futebol de rua executam as ações técnicas, surgiram na maioria das trocas de passes decorrentes das movimentações necessárias ao exercício.

Nas ultimas duas partes da sessão de treino, continuamos a trabalhar em um primeiro momento com a movimentação proposta pelo educativo adaptado, com ampliação da área de jogo incluindo a necessidade de conduzir a bola antes de passar para o companheiro (a). Em um segundo momento continuamos a atividade anterior, com a inclusão da oposição de adversários nas movimentações a serem realizadas pelos alunos.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Tentando ensinar... aprendendo novos conceitos...

Nas ultimas postagens (se bem que estou devendo algumas referentes ao mês de agosto com as primeiras impressões com os novos alunos), discutimos algumas das questões primárias a cerca do ensino do jogo de futsal fora do ambiente escolar - o jogo coletivo e a movimentação sem a bola.
Na aula de 31/08/2010, na parte final realizamos um pequeno jogo situacional de possessão da bola com vantagem/desvantagem numérica frente a marcação adversária. Os objetivos iniciais propostos para as equipes foram os seguintes:
  • Manter a posse da bola (prioritariamente para o grupo em vantagem numérica) e movimentar-se pelo espaço de jogo (no caso em questão metade da quadra);
  • Recuperar e manter a posse da bola (prioritariamente para o grupo em desvantagem numérica) por meio de ações de redução de espaços, fechamento de linhas de passe e bloqueios;
  • Em ambos os casos tentar utilizar o máximo do espaço disponível para realização dos movimentos coletivos em quadra.

Também foi recomendada a utilização do padrão de triangulação visto nas aulas anteriores (ver fotos) quando a equipe estivesse com a posse da bola. Porém o que foi visto após o inicio da atividade foram dois erros básicos gritantes, por parte das equipes e dos alunos.

O primeiro tem seu ponto de partida no desenrolar inicial da atividade com algumas tímidas tentativas de passe em equipe esbarrando na coesão defensiva resultante da utilização do espaço pelos alunos. Os membros das equipes em superioridade numérica reduziram a ocupação do espaço destinado a atividade em 25%, com alguns momentos indo até 33% da área disponível, ou seja praticamente 75% da área de jogo ficou sem utilização.
O segundo tem seu inicio no desenrolar da atividade. O primeiro grupo em desvantagem numérica conseguiu realizar o objetivo proposto para ele - recuperar e manter a posse de bola (conforme foi citado anteriormente nesta postagem), ainda que esta posse não durasse muito tempo. Do segundo grupo em diante não houve esta preocupação com a realização dos objetivos propostos, o que se viu foi uma preocupação exagerada em destruir as ações do grupo adversário e por a bola para fora, objetivando a saida deste ultimo.
E nisso se foram longos e penosos minutos da atividade, sem que se recuperasse a atenção as instruções iniciais e se buscasse o cumprimento dos objetivos iniciais traçados para a cada grupo.
Ao final o retomamos a conversa de avaliação da atividade proposta e os discursos dos alunos mostrou que eles já não lembravam quais tinham sido as regras e os objetivos propostos no inicio. A preocupação deslocara-se durante a atividade para uma competição sem lógica e sem nexo para a sua ocorrência, impedindo o aprendizado que aconteceria decorrente das tentativas deles superarem as dificuldades surgidas na prática.
Nas proximas aulas tentaremos algumas estratégias para que os alunos comecem a apresentar a lógica de raciocinio necessária para o desenvolvimento da autonomia tática a partir de um modelo de movimentação prévio. Cientes que algumas dos nosss tradicionais artificios metodologicos não tem desencadeado os comportamentos esperados por parte dos alunos.