Mostrando postagens com marcador padrões de jogo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador padrões de jogo. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Leituras interessantes

Aproveitei as minhas férias para por a leitura em dia, uma vez que fiquei impedido de viajar por causa do estado avançado da gestação de minha esposa. Estive na ultima semana terminando de ler o livro Cestas Sagradas - Lições espirituais de um guerreiro das quadras de autoria de Phil Jackson e Hugh Delehanty. Adquiri o mesmo após muito trabalho (uma vez que se encontra esgotado na editora Rocco), estimulado por um artigo disponível no site Cidade do futebol, fiquei mais uma vez intrigado com a filosofia de trabalho de Phil Jackson. Ainda na faculdade tive a oportunidade de ouvir alguns de meus professores sobre a triangulação em quadra realizada pelo na época "mítico" Chicago Bulls, mas não aprofundei meus estudos. Quando comecei a trabalhar com futsal feminino em 2002, ainda como preparador físico, realizei algumas tentativas experimentais de montar um "sistema de triangulações" no qual as atletas movimentassem de modo organizado e constante. Naquela época o técnico da equipe não permitiu a continuidade dos treinos experimentais, por não ver resultados imediatos. Pessoalmente hoje percebo que teria sérias dificuldades de implantar essa filosofia de movimentação e jogo com atletas "velhas" (uso este termo não para classificar em função da idade, mas sim dos vícios técnicos e táticos decorrentes de anos de prática não orientada). Os anos passaram e abandonei aquela equipe para começar do zero, com novas atletas (se possível que não tivessem passado por nenhuma equipe ainda) preferencialmente bem jovens. Agora a minha filosofia de trabalho era criar atletas versáteis capazes de atuar (e bem) em qualquer uma das posições em quadra, a exceção do gol. Agora cinco anos e inúmeras experiências depois tenho o prazer de ler o livro de Phil Jackson, para descobrir que não fui o único que buscou um sistema onde os jogadores tivessem liberdade para decidir quais as ações táticas e técnicas a serem adotadas dentro de uma filosofia de jogo. Até acho que meu caminho teria sido mais fácil se tivesse lido ele antes. Recomendo a leitura para aqueles que estão começando a carreira como técnico em qualquer categoria e até mesmo para os treinadores experientes e como muitos anos de estrada. Ainda voltaremos a tópicos deste livro maravilhoso no futuro.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Ensino das triangulações em quadra - 1ª parte

Quando observamos o jogo de futsal buscando entender as movimentações e como ocorrem as jogadas fantásticas que acontecem na quadra, muitas vezes nos perguntamos como será que ele sabia que deveria estar ali? como eles se entendem tão bem em quadra se só começaram a jogar juntos este ano?
Algumas vezes isto ocorre devido a padronização do jogar (como dizem os portugueses) ou estilo de jogo, que muitos treinadores insistem em colocar em suas equipes, trazendo para isto as peças de sua equipe anterior ou jogadores com características similares.
O lado ruim do paragrafo anterior é que muitos treinadores não aproveitam os jogadores da base existentes nos novos clubes aonde chegam, que poderiam resultar no aprimoramento do padrão de jogo utilizado pelo treinador e diminuição dos custos com a montagem do plantel a ser utilizado na temporada, que poderiam significar lucros para o clube no final de uma temporada vitoriosa. Porém devemos ponderar que no nosso país não temos uma cultura de planejarmos a longo prazo, que imposibilita aos treinadores desenvolver os talentos vindos da base e mesclar-los com alguns jogadores mais experientes, visando montar equipes competitivas com custos não tão elevados.
Agora voltemos o foco ao assunto desta postagem o ensino das triangulações em quadra, muito atletas são preteridos nas equipes de base pela sua dificuldade não técnica, mas pela sua dificuldade em acompanhar a velocidade em que se desenvolve as ações de jogo na equipe na qual joga. Não me refiro aqui a velocidade como componente da preparação física e sim a velocidade de jogo segundo afirma José Mourinho (ex-técnico do Porto, Chelsea e atualmente na Internazionale):
" A velocidade tem dois aspectos que são completamente diferentes: a velocidade da bola e a velocidade dos jogadores. A velocidade da bola tem a ver com um bom jogo posicional, uma boa leitura de jogo, grande capacidade de utilizar indistitamente os dois pés, um bom primeiro toque, um bom controle e um boa qualidade de passe. Mais importante do que a velocidade dos jogadores sem a bola é a velocidade de circulação da bola."

Os autores do livro Mourinho - Porquê tantas vitórias tecem um comentário sobre a citação do técnico José Mourinho:

"O importante para José Mourinho é encontrar um velocidade coletiva, onde cada jogador terá de descobrir a sua própria velocidade. O treinar serve para isso mesmo: para o jogador descobrir a que velocidade máxima é capaz de ser preciso. quem não conseguir descobrir esta velocidade dará mais rapidamente a bola ao adversário e, isso sim, é o contrário de ser veloz!"

As triangulações são ações táticas que podem surgir naturamente entre jogadores que jogam, ainda que não taticamente (ver o futsal recreativo) durante muito tempo juntos e passam a perceber as repetiçoes nas ações técnicas e deslocamentos do companheiro (a).

O treinamento tático bem planejado e bem feito pode acelerar este processo quando o técnico ou responsável pelo treinamento técnico da equipe procurar estabelecer um bom jogo posicional (orientação do posicionamento em quadra) de modo aos jogadores desenvolverem a percepção do local aonde o companheiro deverá passar ou estar. Isto somado a capacidade de visão do jogo, que permitirá ao jogador de posse da bola encontrar alternativas quando a "via preferencial" estiver bloqueada ou inviavel para continuidade da situação tática.

Na continuidade desta postagem apresentaremos algumas variações das traingulações ofensivas para as equipes das categorias menores.

sábado, 12 de julho de 2008

Planilha de treino de 12/07/2008

O treino de hoje foi dividido em duas partes principais: a parte de preparação física e a de preparação tática.

A parte de preparação física foi realizada em dois momentos. Um composto por exercícios combinados de força e velocidade, seguidos de exercícios para os dois maiores grupos musculares da região do tronco (o peitoral e as costas).
Os exercícios combinados de força e velocidade consistiram em :
  • 2 séries de 15 repetições de agachamentos com barra, seguidos por 2 series de 15 tiros de 20 metros. Cada série de agachamentos foi seguida por uma de tiros em velocidade;

  • 2 séries de 10 repetições de agachamentos "a fundo" com barra, seguidos por 2 séries de 10 tiros de 30 metros. Cada série de agachamentos foi seguida por uma de tiros em velocidade.










Os exercícios de força para os grupos musculares:

  • 2 séries de 15 repetições para o supino reto;

  • 2 séries de 15 repetições para o "pull-over"

A parte da preparação tática constituiu em exercícios de reconhecimento e fixação da mecânica do padrão de jogo. Basicamente podemos explicar que a equipe trabalhou em suas duas formações "A" e "B" com os três modelos de rotação que utilizamos (ou utilizaremos nesta temporada) o rodizio pelas alas, o rodizio "cruzado" e o "redondo".

domingo, 22 de junho de 2008

Preparação física: diferencial ou não?

Ao assistir o jogo Holanda x Rússia, valido pelas quartas de finais da Euro 2008, pude perceber que alguns questionamentos que me fazia anos atrás ainda são atuais.
Durante muitos anos mesmo após ter me formado sempre tive dúvidas sobre qual era o melhor modelo/metodologia de preparação para ser adotado por mim, no processo de preparação física das equipes em que era responsável pela preparação física. Quando me graduei em meados de 2001, as publicações sobre a escola russa de treinamento desportivo eram a novidade do momento e a maioria dos profissionais da área adotavam os métodos "russos" e propagavam as maravilhas obtidas por eles.
Alguns questionamentos me fizeram seguir uma linha de trabalho híbrida combinando o que de melhor, havia chegado até das duas escolas de treinamento. Os significativos índices de determinados tipos de lesões em atletas das equipes nas quais atuavam os profissionais que mencionei antes, me fizeram conter a minha euforia pela nova filosofia que tomava contato. Mas o jogo das quartas de final da Euro 2008 voltou a me inquietar.
A seleção russa venceu a seleção holandesa, jogando da mesma forma que os holandeses se portaram quando venceram os italianos, franceses e romenos, mas a meu ver com um diferencial, a preparação física. O técnico da Rússia Guus Hiddink (ex-treinador da própria seleção holandesa) se utilizou do excelente nível de condicionamento físico de sua equipe para imprimir ao estilo holandês de jogar um “pressing”, que em muito lembrava o carrossel holandês de 1974, pela dificuldade que criavam para as outras equipes na saída de bola e jogo no meio de campo. A seleção holandesa iniciou o jogo sem conseguir imprimir seu ritmo e estilo habitual de jogo, devido ao “pressing” imposto pelo selecionado russo. A horizontalidade e velocidade características do estilo holandês foram anuladas por uma equipe que parecia se multiplicar no meio de campo, ocupando todos os espaços vazios e marcava individualmente o único atacante adversário, impedindo o ataque direto (ou ligação direta). Apesar dos holandeses terem equilibrado o jogo a partir dos vinte minutos da etapa inicial, não conseguiram romper ou atuar de uma forma que sequer lembrasse os seus jogos frente as seleções italiana e francesa. Na prorrogação ficou evidente a diferença no nível de condicionamento físico das duas seleções, enquanto a Rússia continuava na sua "multiplicação" defensiva e atacando em velocidade quando recuperava (ou tinha) a posse de bola. A Holanda tinha claras dificuldades em acompanhar o selecionado adversário nas ações defensivas ou sair em velocidade nos contra-ataques (mesmo quando estava em situações momentâneas de vantagem númerica).
O que será que decidiu o jogo em favor do selecionado russo? o fato de ter encarado os holandeses utilizando o seu proprio estilo de jogo (algo impensavel até então), o condicionamento físico claramente superior dos russos, ou os holandeses subestimaram os seus adversários? Quem melhor definiu o jogo foi o técnico do selecionado russo na coletiva que se seguiu ao final do jogo:
"Geralmente, a Holanda tem uma equipa impossível de dominar tacticamente, tecnicamente e fisicamente, mas nós tivemos êxito a fazê-lo nesses três domínios”.
Guus Hiddink
Iniciamos com este texto o nosso blog e lançamos um questionamento para ser debatido nas próximas postagens do blog do Arte nas Quadras:
" Como criar equipes que combinem um padrão de jogo fluido, criatividade, excelente condicionamento físico, bom nível de raciocinio tático e determinação tática?"
Este é o desafio para aqueles profissionais que trabalham na formação de atletas de futsal, especialmente nas categorias de base, independentemente do sexo dos atletas.