quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O primeiro dia... um novo caminho...

No dia 03 de agosto, o projeto Arte nas Quadras voltou as suas atividades com as turmas de iniciação após um longo periodo. Agora as atividades acontecem no ginásio do C. E. Edgard Santos, localizado no bairro do Garcia (região central de Salvador - Bahia).
Vinte e cinco alunos de escolas públicas localizadas no Centro de Salvador e algumas alunas remanescentes do grupo anterior, participaram das atividades de avaliação e sondagem para posterior desenvolvimento do planejamento semestral com base nos diferentes níveis técnicos dos alunos.
O alongamento e o aquecimento funcional foram ministrados pela ex-atleta do Arte nas Quadras Dandara Calmon. Depois das atividades iniciais os alunos correram durante 07 minutos e caminharam durante mais três minutos.
Os alunos foram observados durante as atividades de avaliação, que foi um jogo de possessão de bola em 3v2 visando analisar as habilidades e os conhecimentos sobre o jogo defensivo. A segunda atividade foi um jogo 3v3 no qual os alunos tentaram por em prática alguns fundamentos defensivos e transicionais, utilizando o seu talento individual.
O diretor técnico do Arte nas Quadras, o Prof. Esp. Ailson Santana, após uma cuidadosa observação das atividades comentou:
"A maioria deles tem sérios vícios técnicos e táticos, todos passíveis de correção, mas de modo geral eles são talentosos e jovens. Uma combinação perfeita se tivermos o tempo necessário para levarmos o grupo a atingir o auge do seu potencial, acredito que teremos boas surpresas a partir do ano que vem."
Alguns dos novos alunos deixaram os seus depoimentos sobre o que acharam da aula e quais as expectativas deles sobre o Arte nas Quadras.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Não se pode vendar os olhos...

Ainda na linha da postagem anterior sobre o recomeço, as dificuldades pela perda de atletas "referenciais" e potenciais futuros. A melhor jogadora da equipe saiu para estudar e jogar por uma faculdade como bolsista. A provável sucessora dela terá de reduzir as participações em treinamentos e competições, por conta da precocidade nos estudos (16 anos no 3º ano do 2º grau) em ano de vestibular. Um talento que começava a desabrochar após dois longos anos de treinamentos e estratégias, largou tudo devido a necessidade de trabalho. Completando este quadro tem a saída de Gessi Anne do corpo de jogadores, que decidiu parar de jogar, quando estava na sua melhor fase desde que a conheci e ela passou a treinar comigo. Soma-se a isto que 2009 foi o melhor ano do Arte nas Quadras em competições desde que foi criado, mesmo com a anulação do jogo semi final que permitiria disputar a sua segunda final do ano. A pressão pela continuidade do suceso será grande, mas darei a nova técnica todo tempo que não tive quando iniciei como técnico em 2005. O panorama realmente não é dos melhores, mas desde dezembro passado, ela (Gessi Anne) tem carta branca para localizar e contatar reforços, dentro da linha de trabalho do Arte nas Quadras. Assumo que dei a ela duas indicações que não produziram o efeito esperado por motivo s diversos. Porém tenho de confessar que ela procurou nos lugares errados, esquecendo os passos que dei todas as vezes que a equipe se renovou até hoje. Adoraria ser um daqueles mentores que cercam os seus discupulos de cuidados e dão a eles a solução para maioria dos problemas por eles enfrentados. Se não achasse que isto forma lideres fracos, pois não permite que sejam cometidos erros ou minimizam as consequencias destes. No momento certo apontarei as falhas que ela cometeu e o que acarretaram. Até ela terá o tempo como professor, para quem sabe descobrir por conta própria suas falhas e corrigir-las.

Por que o medo do recomeço?

Começo esta postagem pedindo mais uma vez desculpas pelo longo intervalo entre as postagens. Se bem que desta vez foi por um motivo muito importante, o nascimento da minha filha e a falta de noites de sono decorrentes da adaptação dela a nova vida.
Mas o que me traz aqui são as reflexões em cima de uma frase de minha assistente técnica (agora técnica até o meu retorno em 2011) Gessi Anne, no dia da reapresentação geral da equipe (1º/03/2010), ao ver o que restara da equipe do ano anterior - "você escolheu o pior momento para se afastar". A fala dela mostra o medo que a maioria dos técnicos ou responsáveis por equipes tem no inicio de uma temporada, quando tem de recomeçar do zero ou quase dele. O inicio de uma temporada com um grupo totalmente novo ou como preferem alguns cronistas esportivos - um time "desfigurado" em relação a temporada anterior. Este momento deveria ser visto como uma oportunidade para aplicar ou testar novos exercicios ou metodologias. Uma vez que novos atletas são fonte para o surgimento de inumeras situações de ensino aprendizagem, novos confrontos e oportunidades de crescimento. Se os atletas são inexperientes ou de um nível técnico aparentemente mais baixo que os do grupo da temporada anterior, melhor ainda, pois o desafio será maior e a recompensa maior ainda. Porque os educativos e estratégias utilizadas no processo didatico com um grupo, muitas vezes não tem o mesmo efeito em outro, obrigando o técnico ou professor a buscar alternativas... estudar... e a se reinventar. Talvez aí resida o grande motivo do medo, não é fácil sair da "ilha" de conforto e comodidade que construimos, mas é preciso. Como Gessi Anne vai descobrir e muitos por esse país também deveriam.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Leituras interessantes

Aproveitei as minhas férias para por a leitura em dia, uma vez que fiquei impedido de viajar por causa do estado avançado da gestação de minha esposa. Estive na ultima semana terminando de ler o livro Cestas Sagradas - Lições espirituais de um guerreiro das quadras de autoria de Phil Jackson e Hugh Delehanty. Adquiri o mesmo após muito trabalho (uma vez que se encontra esgotado na editora Rocco), estimulado por um artigo disponível no site Cidade do futebol, fiquei mais uma vez intrigado com a filosofia de trabalho de Phil Jackson. Ainda na faculdade tive a oportunidade de ouvir alguns de meus professores sobre a triangulação em quadra realizada pelo na época "mítico" Chicago Bulls, mas não aprofundei meus estudos. Quando comecei a trabalhar com futsal feminino em 2002, ainda como preparador físico, realizei algumas tentativas experimentais de montar um "sistema de triangulações" no qual as atletas movimentassem de modo organizado e constante. Naquela época o técnico da equipe não permitiu a continuidade dos treinos experimentais, por não ver resultados imediatos. Pessoalmente hoje percebo que teria sérias dificuldades de implantar essa filosofia de movimentação e jogo com atletas "velhas" (uso este termo não para classificar em função da idade, mas sim dos vícios técnicos e táticos decorrentes de anos de prática não orientada). Os anos passaram e abandonei aquela equipe para começar do zero, com novas atletas (se possível que não tivessem passado por nenhuma equipe ainda) preferencialmente bem jovens. Agora a minha filosofia de trabalho era criar atletas versáteis capazes de atuar (e bem) em qualquer uma das posições em quadra, a exceção do gol. Agora cinco anos e inúmeras experiências depois tenho o prazer de ler o livro de Phil Jackson, para descobrir que não fui o único que buscou um sistema onde os jogadores tivessem liberdade para decidir quais as ações táticas e técnicas a serem adotadas dentro de uma filosofia de jogo. Até acho que meu caminho teria sido mais fácil se tivesse lido ele antes. Recomendo a leitura para aqueles que estão começando a carreira como técnico em qualquer categoria e até mesmo para os treinadores experientes e como muitos anos de estrada. Ainda voltaremos a tópicos deste livro maravilhoso no futuro.