Aproveitei as minhas férias para por a leitura em dia, uma vez que fiquei impedido de viajar por causa do estado avançado da gestação de minha esposa.
Estive na ultima semana terminando de ler o livro Cestas Sagradas - Lições espirituais de um guerreiro das quadras de autoria de Phil Jackson e Hugh Delehanty.
Adquiri o mesmo após muito trabalho (uma vez que se encontra esgotado na editora Rocco), estimulado por um artigo disponível no site Cidade do futebol, fiquei mais uma vez intrigado com a filosofia de trabalho de Phil Jackson.
Ainda na faculdade tive a oportunidade de ouvir alguns de meus professores sobre a triangulação em quadra realizada pelo na época "mítico" Chicago Bulls, mas não aprofundei meus estudos. Quando comecei a trabalhar com futsal feminino em 2002, ainda como preparador físico, realizei algumas tentativas experimentais de montar um "sistema de triangulações" no qual as atletas movimentassem de modo organizado e constante.
Naquela época o técnico da equipe não permitiu a continuidade dos treinos experimentais, por não ver resultados imediatos. Pessoalmente hoje percebo que teria sérias dificuldades de implantar essa filosofia de movimentação e jogo com atletas "velhas" (uso este termo não para classificar em função da idade, mas sim dos vícios técnicos e táticos decorrentes de anos de prática não orientada).
Os anos passaram e abandonei aquela equipe para começar do zero, com novas atletas (se possível que não tivessem passado por nenhuma equipe ainda) preferencialmente bem jovens. Agora a minha filosofia de trabalho era criar atletas versáteis capazes de atuar (e bem) em qualquer uma das posições em quadra, a exceção do gol.
Agora cinco anos e inúmeras experiências depois tenho o prazer de ler o livro de Phil Jackson, para descobrir que não fui o único que buscou um sistema onde os jogadores tivessem liberdade para decidir quais as ações táticas e técnicas a serem adotadas dentro de uma filosofia de jogo. Até acho que meu caminho teria sido mais fácil se tivesse lido ele antes.
Recomendo a leitura para aqueles que estão começando a carreira como técnico em qualquer categoria e até mesmo para os treinadores experientes e como muitos anos de estrada.
Ainda voltaremos a tópicos deste livro maravilhoso no futuro.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Pré temporada 2010: O inicio
Conforme disse na primeira postagem do ano, estarei me ausentando dos treinamentos e atividades de quadra do Arte nas Quadras. Mas como o principal motivo da minha ausência só chegará (segundo os médicos) após o carnaval, aproveitei para iniciar os treinamentos dos goleiros do grupo de competição feminino do Arte nas Quadras.
Inicialmente só com Renata e Adriana (que não não compareceu a avaliação física e as quatro primeiras sessões de treinamento, devido a ter sofrido um atropelamento), a alternativa para reforço na posição não deu certo.
As atividades de avaliação tiveram inicio 29/01 com a corrida para avaliação do VO² máx, realizada na pista de Cooper do Dique do Tororó.
No dia 1º/02 os testes de avaliação física tiveram continuidade, na quadra externa do Centro Educacional Edgard Santos com os testes para avaliação da:
- Velocidade de deslocamento lateral;
- Impulsão horizontal;
- Agilidade (Teste "T");
- Resistência anaeróbica lática.
Os testes para impulsão vertical, aceleração e os testes de avaliação técnica não foram realizados neste dia ficando para uma data posterior.
Ainda foram realizados treinamento da coordenação motora, das pegadas (baixa, média e alta) e defesas (baixa, média e alta). Incluindo no final um educativo para defesas utilizando os pés.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
A inteligência espacial e desenvolvimento da "capacidade de jogo" do jogador de futsal (1ª parte)
A inteligência espacial pode ser definida como a capacidade de "relacionar o próprio espaço que nos envolve, percebendo e administrando distâncias, pontos de referência (...), bem como revelando a capacidade de perceber diferentes objetos, eventualmente transformando-os e combinando-os em novas posições" (ANTUNES, 2006).
O mesmo autor ainda destaca que as pessoas que possuem um bom nível de inteligência espacial, "efetuam transformações e modificações sobre as suas percepções e mostra-se capaz de recriar aspectos da experiência visual ou "pensar visualmente, mesmo na ausência de objetos" (ANTUNES, 2006).
As definições acima extraídas do livro "Inteligências múltiplas e seus jogos: Inteligência espacial", enfocam ainda que não estejam direcionadas para o futsal, necessidades básicas inerentes para prática do futsal não importando o nível técnico ou de habilidade técnica dos praticantes.
Não importa a ação técnica a ser realizada ou a posição em quadra, se jogador de linha ou goleiro, a inteligência espacial é um requisito imprescindivel para a evolução/sucesso do jogador de futsal.
Para exemplificar a importância da inteligência espacial, tomemos um situação corriqueira no jogo de futsal: o contra-ataque depois de defesa do goleiro.
- A realização da defesa por parte do goleiro envolve a identificação das possibilidades de finalização/assistência, referenciadas no posicionamento dos adversários, companheiros e da bola;
- Perceber a distância e a trajetória da finalização no gol, analisando a velocidade da bola e as possibilidades de defesa (se espalmar, encaixar ou deixar bater no corpo etc.);
- Após a realização da defesa, o goleiro tem que localizar rapidamente os companheiros e adversários na quadra de jogo, analisar as possibilidades de movimentação deles e os "corredores de passe" (locais por onde a bola pode passar com mais facilidade para o receptor), escolhendo o com mais chances de sucesso do passe;
- O jogador que recebeu o passe do goleiro tem de realizar os mesmos procedimentos de identificação das localizações dos adversários e companheiros (pontos de referência na quadra de jogo) e análise das possibilidades de movimentação deles. O diferencial é que ele terá que realizar a tríplice ameaça (que será tema de uma postagem futura) de forma isolada (passar, driblar ou finalizar) ou combinada (drible+passe, drible+ assistência ou drible+finalização).
- a capacidade de imaginar movimentos ou deslocamentos internos entre as partes de uma configuração;
- a capacidade de pensar sobre as relações espaciais nas quais a orientação corporal do observador é parte essencial do problema.
- ANTUNES, CELSO. Inteligências múltiplas e seus jogos: Inteligência espacial. Vol. 4. Editora Vozes, Petropólis, RJ, 2006.
- GARDNER, HOWARD. Estruturas da mente - as inteligências múltiplas. Artmed, Porto Alegre, RS, 1995.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Um novo ano...
Inicio o ano de 2010 pedindo desculpas a vocês que acompanham o blog, pela irregularidade das minhas postagens. Mas alguns problemas de saúde com familiares e no trabalho (mudança do local de trabalho) fizeram com que muitos artigos que pensei para as postagens fossem iniciados e não concluídos.
Pretendo nas próximas semanas até maio finalizar e publicar este material inédito que ficou incompleto, produzido no ano passado. Além de algumas experiências didáticas que farão parte de um livro que estou escrevendo e pretendo procurar uma editora para publicar em 2011.
A novidade é que passarei a me dedicar mais a duas funções novas para mim até este ano – a de gerente e de pai. Sendo que esta última fará com que me afaste um pouco das quadras e passe a formar profissionais comprometidos com a filosofia e o pensamento didático-pedagógico que norteiam o Arte nas Quadras.
Um bom ano para todos de muitas realizações e porque não de muitos títulos.
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