segunda-feira, 8 de março de 2010

Não se pode vendar os olhos...

Ainda na linha da postagem anterior sobre o recomeço, as dificuldades pela perda de atletas "referenciais" e potenciais futuros. A melhor jogadora da equipe saiu para estudar e jogar por uma faculdade como bolsista. A provável sucessora dela terá de reduzir as participações em treinamentos e competições, por conta da precocidade nos estudos (16 anos no 3º ano do 2º grau) em ano de vestibular. Um talento que começava a desabrochar após dois longos anos de treinamentos e estratégias, largou tudo devido a necessidade de trabalho. Completando este quadro tem a saída de Gessi Anne do corpo de jogadores, que decidiu parar de jogar, quando estava na sua melhor fase desde que a conheci e ela passou a treinar comigo. Soma-se a isto que 2009 foi o melhor ano do Arte nas Quadras em competições desde que foi criado, mesmo com a anulação do jogo semi final que permitiria disputar a sua segunda final do ano. A pressão pela continuidade do suceso será grande, mas darei a nova técnica todo tempo que não tive quando iniciei como técnico em 2005. O panorama realmente não é dos melhores, mas desde dezembro passado, ela (Gessi Anne) tem carta branca para localizar e contatar reforços, dentro da linha de trabalho do Arte nas Quadras. Assumo que dei a ela duas indicações que não produziram o efeito esperado por motivo s diversos. Porém tenho de confessar que ela procurou nos lugares errados, esquecendo os passos que dei todas as vezes que a equipe se renovou até hoje. Adoraria ser um daqueles mentores que cercam os seus discupulos de cuidados e dão a eles a solução para maioria dos problemas por eles enfrentados. Se não achasse que isto forma lideres fracos, pois não permite que sejam cometidos erros ou minimizam as consequencias destes. No momento certo apontarei as falhas que ela cometeu e o que acarretaram. Até ela terá o tempo como professor, para quem sabe descobrir por conta própria suas falhas e corrigir-las.

Por que o medo do recomeço?

Começo esta postagem pedindo mais uma vez desculpas pelo longo intervalo entre as postagens. Se bem que desta vez foi por um motivo muito importante, o nascimento da minha filha e a falta de noites de sono decorrentes da adaptação dela a nova vida.
Mas o que me traz aqui são as reflexões em cima de uma frase de minha assistente técnica (agora técnica até o meu retorno em 2011) Gessi Anne, no dia da reapresentação geral da equipe (1º/03/2010), ao ver o que restara da equipe do ano anterior - "você escolheu o pior momento para se afastar". A fala dela mostra o medo que a maioria dos técnicos ou responsáveis por equipes tem no inicio de uma temporada, quando tem de recomeçar do zero ou quase dele. O inicio de uma temporada com um grupo totalmente novo ou como preferem alguns cronistas esportivos - um time "desfigurado" em relação a temporada anterior. Este momento deveria ser visto como uma oportunidade para aplicar ou testar novos exercicios ou metodologias. Uma vez que novos atletas são fonte para o surgimento de inumeras situações de ensino aprendizagem, novos confrontos e oportunidades de crescimento. Se os atletas são inexperientes ou de um nível técnico aparentemente mais baixo que os do grupo da temporada anterior, melhor ainda, pois o desafio será maior e a recompensa maior ainda. Porque os educativos e estratégias utilizadas no processo didatico com um grupo, muitas vezes não tem o mesmo efeito em outro, obrigando o técnico ou professor a buscar alternativas... estudar... e a se reinventar. Talvez aí resida o grande motivo do medo, não é fácil sair da "ilha" de conforto e comodidade que construimos, mas é preciso. Como Gessi Anne vai descobrir e muitos por esse país também deveriam.